SOBRE IRAHY
Impulsionado pela curiosidade.......
Assim teve início a notável carreira de Irahy Leite. Artista plástico, dono de uma simpatia
singular e de obras que seduzem pela beleza.
“Eu nunca busquei ser artista plástico;
aconteceu de forma espontânea. As
artes foram, a cada dia, tomando um pouco mais de espaço em minha vida, até que
se tornaram plenitude absoluta. O que
era apenas lazer tornou-se profissão”,
revela Irahy Leite. É engenheiro
civil por formação acadêmica, mas é nas artes plásticas onde mora sua
verdadeira e apaixonada vocação. Com
mais de 40 anos de experiência, o artista é um profissional disciplinado e
extremamente curioso, que busca ampliar seus conhecimentos através de viagens
onde absorve a essência da atmosfera local.
De natureza onírica, Irahy se destaca da trivialidade artística.
O traçado figurativo permeia as obras do artista plástico
revelando de forma intimista as imagens humanas, em sua maioria mulheres, em
momentos de expressão de sentimentos.
Irahy Leite segue seus instintos e imprime em obras repletas de
refinamento e sofisticação o expressionismo gráfico, as paisagens tropicais e
as imagens renascentistas, de onde retira sua maior influência. “Minhas telas têm a intenção de retratar
apenas o belo, com prazer, a partir de uma abordagem própria”, destaca o
artista.
Jacob Burckhardt, renomado filósofo e historiador suíço, define o período do Renascimento como uma época de descoberta do mundo e do
homem. O período foi visto como uma nova
concepção de vida adotada por uma parcela da sociedade, recuperando os valores
da cultura clássica, porém aplicando-os de uma nova maneira a uma nova
realidade. A pintura renascentista é em
essência linear; o desenho era
considerado o alicerce de todas as artes visuais. Nesta época acentuou-se o estudo da
natureza; o naturalismo aguçou o
espírito do homem.
Artista de descendência italiana, o Renascimento está
intrínseco a Irahy Leite, que tem peculiaridades em suas obras. “Gosto de produzir obras renascentistas com
‘rasgões’ na imagem, de forma que o observador seja levado a entender a
continuidade do risco. Opto ainda por
mesclar pintura com colagem de jornal ao fundo, induzindo a um traço de memória
na obra. Tudo orientado para a
curiosidade na observação”, explica o artista plástico, que não coloca a figura
humana em suas telas de paisagens selvagens para que não haja interferência no
significado.
Embora também faça trabalho com tinta a óleo, é na pintura
com têmpera sobre estque onde se deposita o entusiasmo de Irahy Leite, que pinta
apenas durante o dia, aproveitando-se da luz natural, pois assim é possível
observar com maior clareza a real tonalidade das cores na tela. O artista ainda desenvolve esculturas em
ferro e aço de traços contemporâneos, e destaca que arte e ambientação são
complementares.
Rompendo com o pragmatismo, onde as idéias são instrumentos
de ação que só valem se produzem efeitos práticos, Irahy Leite se apresenta
como um artista plástico hedonista, reforçando a idéia de que o homem pode
produzir o belo, pode gerar uma obra apenas pelo prazer que isso possa lhe
proporcionar. “Não tenho intenção de
fazer um trabalho de denúncia, de crítica ou reivindicação. Faço porque gosto e porque me dá prazer”,
enfatiza.
A espontaneidade dos acontecimentos e a aguçada curiosidade
de Irahy Leite tornaram sua carreira diferenciada. Sem priorizar momentos, este profissional de
personalidade reservada, tem nas artes plásticas o motivo de sua realização
pessoal e satisfação plena. “Hoje, a
arte é para mim o meu alimento de corpo e alma”. Reflete o artista plástico.
Influência:
Na infância, eram os lápis e papéis que enchiam de prazer a vida de Irahy Leite. Quando cresceu, o então artista plástico deu preferência às tintas e telas, mantendo, entretanto, a aptidão reconhecida quando criança. É no sacro – sob um olhar devoto – que Irahy reconhece seu primeiro contato com a arte. Com o passar do tempo, já vislumbrando a beleza da arte em si, sem a roupa da religiosidade, o artista percebeu sua admiração pelas cores e formas e, principalmente, pela dramaticidade das obras.
Na infância, eram os lápis e papéis que enchiam de prazer a vida de Irahy Leite. Quando cresceu, o então artista plástico deu preferência às tintas e telas, mantendo, entretanto, a aptidão reconhecida quando criança. É no sacro – sob um olhar devoto – que Irahy reconhece seu primeiro contato com a arte. Com o passar do tempo, já vislumbrando a beleza da arte em si, sem a roupa da religiosidade, o artista percebeu sua admiração pelas cores e formas e, principalmente, pela dramaticidade das obras.
Mais atento, voltou-se para a arte renascentista.
“A estética do Renascimento sempre me fascinou. Portanto, nada mais natural que a minha
direção siga essa forma de expressão”, observa.
A partir desta afinidade, dedicou seu tempo ao estudo e à observação da
arte, mesmo sem passar por uma escola formal.
Livros, catálogos, museus e artistas diversos tiveram papel
de destaque na formação do artista e na concepção de seu estilo. Segundo ele, sua arte hoje não deixa de lado o
Renascimento, tendo, entretanto, uma nova leitura deste período.
Foi assim que, a partir dos afrescos renascentistas –
segundo os quais a pintura era realizada em paredes de alvenaria de grandes
dimensões-, que Irahy desenvolveu um
suporte onde pudesse manipular o estuque e a têmpera, suas
matérias-primas básicas. Hoje, ele se
utiliza também da colagem, onde o grafismo da impressão adentra a estética da
obra e oferece uma interpretação contemporânea ao todo. “Tudo é muito dinâmico, espero ainda receber
muitas outras influências de pessoas que eu admiro”, destaca.
Engenheiro Civil por formação, o paulista Irahy Leite elegeu
a cidade de Natal para criar e viver, embora ainda divida o tempo com seu
ateliê em São Paulo. Há 40 anos
trabalhando com a arte – dos quais vinte destes de forma profissional -, o
artista revela-se curioso e investigativo em relação a tudo que lhe rodeia para
transformar em tintas. Reservado, ainda
não inaugurou uma exposição própria.
Para ele, sua obra tem um significação na vida de quem a saboreia. Assim, prefere que seus traços sejam
reconhecidos repentinamente a partir de um trabalho exposto em uma residência
ou um escritório. “Fui observado na
exposição da vida. Essa situação me
gratifica muito, pois, no cotidiano, estou em exposição 365 dias do ano”,
acredita.
Com o tempo, resolvi me dedicar somente as artes plásticas, pois é nela que reside minha verdadeira paixão.